segunda-feira, 23 de maio de 2011

FORA!



O que acontece quando alguém bota na cabeça que vai aprender alguma coisa? Geralmente ela aprende. Mas como isso é possível? Praticando. A prática, na verdade, é a melhor (senão única) forma de realmente se alcançar algum sucesso naquilo que você deseja ser. Sabe o que é escroto? É que, mesmo sabendo disso, muita gente deixa de fazer e fica vivendo de sonho, procrastinando o que deveria ter começado a anos. Eu sou assim. Assumo toda a culpa.

19 dias para voltar pra casa. San Diego começa a esquentar, e o povo começa a ir à praia, dando início a temporada "outdoor", ou seja, literalmente, "fora da porta" ou ao ar livre. O ano letivo, nas escolas e faculdades, está acabando. E os "Final Papers" terminando de serem feitos. Todo mundo agora vai se divertir, esquecer o mundo e cair na balada, certo? Errado.

Esse post é um desabafo. É um grito para dizer que eu tô de saco cheio. Cansei. Pra onde quer que eu vá, eu me deparo com a mesma coisa entre os jóvens. Uma espécie de ditadura, das piores que já encontrei em toda minha vida. Será que é viagem da minha cabeça? Eu realmente quero que seja, porque se não for, então pela primeira vez em anos eu terei razão. Batizo esta ditadura de FOFO (Faça, ou foda-se).

Consiste no seguinte: Você, jóvem, na altura dos seus 24 anos de idade, é alguém normal como todo mundo, que está vivo e gostaria de experimentar certas coisas na vida, como uma namorada, relações sexuais, uns amigos para conversar, diversão, risadas, tudo que qualquer pessoa gosta. Quer passar na faculdade, obter sucesso no trabalho, ser dedicado, realizar-se. Até aí tudo ótimo, maravilha.

Aí vem as OUTRAS pessoas. Aquelas que sabem tudo, que conhecem as coisas. Sabe? Vem aqueles seus "amigos" que te convidam pras festas, te dão uma chance de se integrar a eles (sim, porque o circulo deles é o mais importante que há em toda face da Terra. Que ninguém se engane, isso também existe nas faculdades e nos locais de trabalho, não só nos colégios secundaristas). E o que você precisa fazer para entrar nesse Grupo A? Simples: seja como eles.

E o que eles fazem? Pois é, eu vou dizer o que eles fazem: eles criticam você da cabeça aos pés; dizem que não gostam de você pelo simples fato de você pertencer ao Nordeste; Determinam um padrão de mulher a ser "pega"; determinam uma quantidade de álcool a ser consumida; fazem brincadeiras sem graça para ver até onde você aguenta "sem estilar"; Gastam às turras o dinheiro que não pertence a eles; Tratam as mulheres pelas costas como se fossem objetos sexuais, fazendo gestos obscenos quando elas vão embora; Fumam tudo que você possa imaginar; Humilham você porque não está bebendo, e quando bebe, humilham por estar bêbado; Humilham muito mais no outro dia contando as merdas que você fez enquanto estava embriagado; Não lhe respeitam, não falam com você, viram a cara, evitam, desprezam e ignoram a sua pessoa.

Isto dito, pergunto: É justo que esse grupo impere? É justo que numa sociedade com tanta diversidade cultural, onde, graças a Deus, cada um é diferente do outro, UM padrão de comportamento venha a ser o mais legal? "Seguinte, você quer pegar as melhores mulheres? As mais gostosas? Quer comer aquela GATA do rabão ali? Tenque ser descolado, cara. Bonitão, rico, malhado, enfim, tenque ser ASSIM." E quanto as mulheres que NÃO tem o rabão, que NÃO são as mais gostosas, que NÃO pertecem ao padrão de beleza que é imposto, mas que ainda assim tem um grau de beleza único, peculiar, que pertence só a ela? Ah, essas são as FEIAS. E quanto a elas, meu amigo, não há muito o que fazer. Melhor que se matem logo.

Os FEIOS, os diferentes, aqueles que não bebem, não fumam e não fazem sexo todos os dias com N mulheres diferentes (ou homens), esses não merecem viver. Afinal, ninguém olha pra eles. Ninguém dá a minima. Se for pra uma festa, será ignorada. Ou então tratada com desprezo, e se quiser fazer parte do "grupo", vai ter que se comportar feito eles. Sabe o que aconteceu sábado passado? Este blogueiro aqui estava num churrasco e resolveu, depois de umas 4 latinhas de cerveja, tomar água para destilar o álcool. Resultado: chacota. ÁGUA? IIIIIIIIIIIIIHHHHHHHHHHH MERMÃO...

Sim, ÁGUA. Por que? Algum problema? Sim meus amigos, muitos problemas. É a sua assinatura de "diferente". De mamão, de fraco. De alguém cujas mulheres JAMAIS terão vontade de ficar, sobretudo aquelas mais gatas das gatas. Aquela TOP, que é cobiçada por todos. E as outras também. Essas são simplesmente impossiveis de qualquer aproximação, isso se você é como eu, diferente. Se você for bonitão, sem vergonha e NORMAL de acordo com o Grupo A, considere-se um cara sexualmente realizado. É questão de SORTE e IMITAÇÃO. 

CHEGA. Estou dando adeus à essa pessoa que quer ter a atenção de todo mundo. Por toda a minha vida, eu quis fazer parte dos considerados do Colégio Apoio. Aquela turma que mangava dos outros. A turma mais legal, a turma do meu primeiro amor de colégio, Renata. Alguém cuja resposta aos meus sentimentos eu nunca vou me esquecer: "Eu hein, Deus me livre!" É, Renata. Deus te livrou. Ou melhor, Deus me livrou. Porque tenho certeza que se eu tivesse qualquer coisa contigo, eu seria mesquinho igual a você e seus amigos. Sim, falo isso 14 anos depois. Dane-se o tempo.

VÃO EMBORA. TODOS OS DEMÔNIOS . FORA DO MEU CORPO, DA MINHA PSIQUE E DA MINHA VIDA. DEIXEM-ME SER EU!!!

Tchau.

Canção da liberdade:
Pat Metheny - Finding and Believing

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mudou.

Eu não era nascido na época. #BRINKS.


Opa! Chegando por aqui mais uma vez e...sem nada pra falar. São 3:51pm e minha aula começa em 2 horas e 9 minutos. Meus ultimos momentos aqui na UCSD estão menos empolgantes que aqueles que eu vivi no primeiro "quarter". Não sei se porque o ambiente saturou ou se porque estou triste de ter que deixar o lugar. Se bem que esse lugar aqui é difícil de saturar, de tão grande e tão diversificado. Ah, e moderno também. É literalmente uma segunda casa (até um amigo meu dormiu aqui uma noite dessas...).

Estou ouvindo Daft Punk. Vocês já ouviram Daft Punk? É massa. Eu lembro quando eu e Fernanda eramos mais novos e passava uns clipes na MTV Latina desses DJs. Até então só conheciamos duas músicas: One More Time e Aerodynamic. Eram os dois clipes que mais passavam. Dos homenzinhos azuis que eram capturados por uma nave espacial aí...era triste ver eles indo embora, sequestrados. Dava uma pena danada deles. Mas era só um desenho e desenhos não são realmente vivos. Então que se lasquem pra lá.

MTV Latina me lembra quando eu tinha uns 11 anos de idade, e minha irmã...6? Acho que era. O tempo não perdoa ninguém, mesmo. Lá se vão as crianças preciosas dos pais. Eis que chegam os adultos preciosos e reclamões. Estes somos nós, seres humanos. Fazer o quê? Crescemos, mesmo. Não adianta querer parar no tempo. Uma vez vi uma reportagem de um grupo de quarentões que se juntavam num movimento que era meio que "para ser adolescente para sempre". Interessante isso né? Essa vontade de não querer crescer.

Andei passando por isso boa parte da minha vida. Confesso que luto ainda para me aceitar aos 24 anos de idade, sexualmente ativo e com barba na cara. Crescer assusta. E muito. Eu nem quero imaginar como será envelhecer, então. Mas é assim mesmo, todo mundo vai atravessar essa ponte chamada vida. As coisas vão ficar ultrapassadas, os novos vão sempre zombar dos velhos (ok, eu não posso reclamar muito disso, já que estou morando com uma velha, digamos, chata PA CAR#LHO), as musicas novas sempre serão piores que as antigas, e sempre, SEMPRE vai existir o velho jargão "No meu tempo..."

Ah cara. Que nada...eu não quero mais me preocupar com adultez ou velhice. Claro, preciso ser (e serei) alguém responsável, trabalhador, bla bla bla bla bla bla bla...mas não quero ficar pensando "oh, estou envelhecendo" ou "puxa, como a minha irmã cresceu, agora não posso mais chamar ela de Nandinha porque ela é uma moça já, adulta e tá entrando na faculdade e eu não pude aproveitar ela direito quando eramos mais novos por conta de briguinhas e chatices entre irmãos". Ih, acho que falei demais :D

As coisas acontecem assim mesmo. O mundo dá voltas e o amanhã não existe. Portanto hoje é e sempre vai ser o tempo de mudar. Mudanças. Mudanças no corpo, na voz, nos gostos, nas atitudes, nos pensamentos, na pele, nos cabelos, nos amigos, na familia, no cachorro, na casa, no computador, nas crenças, nos hobbies,  na rua, no céu, na praia, nos mapas, na política (difícil, mas muda), na faculdade, na escola, no trabalho, em todo e qualquer lugar. Tudo muda. Então, por que não podemos mudar também?

Nunca é tarde, eu acredito. Eu quero mudar. Não estou satisfeito com meu atual jeito de ser, de fazer as coisas. Nem com minha maneira de aceitar passivamente o que é imposto pra minha vida. Afinal de contas a vida é ou não é minha? Portanto eu é quem devo determinar o que eu quero. As vezes, no intuito de evitar uma discussão, ou um conflito, você concorda com o que alguém impõe, relutando por dentro...muita gente se identifica com isso que escrevi, é ou não? 

Isso talvez não seja nem o certo a se fazer. Porque no fim das contas, você não está sendo honesto nem com a pessoa, nem (e principalmente) consigo mesmo. Resultado: ambos saem perdendo. Talvez por isso o conflito seja algo necessário para se obter paz e/ou felicidade. Será? É. Onde tem duas cabeças, existem dois pensamentos diferentes. E os pensamentos não serão os mesmos, nunca. E como fazer para que as coisas "andem"? É aí que entram duas coisas: Maturidade e Consenso.

Maturidade se adquire com o tempo. Sem ele, fica dificil amadurecer. Pois é nele que a gente experimenta as experiências, leva os tombos, as lapadas, sofre por amor, beija, transa, come, dorme, e o principal: OBSERVA. O poder da observação só é possivel quando a gente cai em si diante do mundo, e pra isso acontecer a gente precisa viver, manter os olhos abertos. Ah, e a mente também. Porque mente fechada não observa nada. Mentira, observa o que não existe.

Nesse momento eu vejo 15 estudantes aqui reunidos nesse hall onde eu estou (contando comigo). De onde vieram e para onde vão? Não faço a menor idéia (se bem que muitos são asiaticos, hehe). O que eu sei é que eles também mudaram, e vão continuar mudando, pra melhor ou pra pior. Nunca mais serão os mesmos que foram hoje, nesse momento. Jamais vão reviver esse instante. Mas certamente levarão mais uma experiência, seja ela qual for. E aí poderão escolher se amadurecem ou não.

Finito!


Eu gosto de ouvir isso aqui:
Daft Punk - Around The World

terça-feira, 10 de maio de 2011

Captei.



O melhor é a cara do mané olhando os dois subindo.


Cadê as idéias? Já era hora de elas começarem a aparecer. Dizem que o pesadelo de qualquer escritor (ou, no pior dos casos, blogueiros) é uma folha em branco. Aí eu me deparo com uma página inteira em branco. É como se ela olhasse pra você dizendo "ótimo, agora se vira aí e escreve alguma coisa, que eu estou com fome de palavras." Calma, já estou começando. Já entrei rasgando, tá vendo aí? :D

Há algum tempo atrás, minha irmã postou no blog dela sobre fotografia. Eu confesso que nunca soube fotografar direito, não. Pra mim, foto consistia basicamente em focalizar alguma coisa e guardar a imagem daquilo e pronto. Eu era assim objetivo com a maioria das coisas. Chegava a ser chato. A galera observava mil coisas num quadro, numa dessas exposições que se tem em museus, galerias de arte, etc. Eu via simplesmente um apanhado de cores numa tela branca, que seja...

Aí eu fui ler o post de Fernanda. E ela começa a desenrolar uma conversa profunda sobre a arte de fotografar. Tudo bem, Nanda. Eu vou te dizer uma coisa: eu não entendia tua língua. Achava fotografia até legal, gente que trabalha com isso, e tal, acho massa, mas eu não via esse barato todo de foto, pra mim era uma coisa normal que sempre existiu pra guardar as coisas na memória. Mal sabia eu que é esse exatamente o barato de se bater fotos. Foi quando eu prestei atenção na foto do menino deitado na rua.

Comprei uma câmera pra mim, essa semana que passou. Nada profissional, daquelas de turista mesmo. Ótima, porém. Deu a doida em mim e eu comecei a tirar foto. De tudo. Das coisas aqui do quarto, principalmente. Pensei comigo mesmo: se as imagens eternizam a sua experiência seja lá onde for, então eu vou guardar tudo que vivi aqui e levar comigo, pra sempre. Acham que eu tô brincando? Pois olha só:








Essas fotos aí eu tirei aqui dentro do meu cafôfo. Essas visões são as que eu tenho todos os dias quando levanto da cama e quando vou dormir. A bagunça na cama eu já arrumei :) mas ela não fica arrumada por muito tempo, não. em 5 minutos volta tudo como tava antes. Mas eu tava falando de foto, né? Bom, como eu estava dizendo, saí tirando foto das coisas. Isso mesmo: COISAS. Eu gosto das coisas, elas nunca reclamam, nem tem vergonha de aparecer para a lente, ao contrário das pessoas.

O que eu gosto (e acredito) na fotografia é algo que tem no filme Ratatouille. O filme diz que qualquer um pode cozinhar. Pois bem, eu acredito que qualquer um pode fotografar. São momentos que você tem o direito de guardar da maneira como você quer. Não é o caso quando se trabalha profissionalmente, onde é preciso fazer a vontade do cliente. Mas fora isso, você é quem determina a qualidade de suas fotos. Eu tiro foto de qualquer coisa. É divertido, vocês deveriam tentar também. :D

Fiz também alguns vídeos. Até agora, quatro. Aqui nos Estados Unidos, o povo é meio paranóico com essa de filmar, fotografar e afins. Fico com vontade de gravar dentro dos supermercados, mas não posso. Segurança? É, deve ser. Talvez seja bom isso, não sei. O país é desenvolvido, né? Não deve ser a tôa que proíbem essas coisas por aqui. Por outro lado, ficou todo mundo meio paranóico depois dos ataques de 10 anos atrás. 

Recentemente, por causa do terremoto no Japão, tiveram dois alertas por aqui: o primeiro seria de tsunami na Califórnia: conversa. O segundo foi de radiação oriunda da explosão da planta nuclear de Fukushima: outra conversa. Por aqui, o povo ficou maluco. Houve quem chorasse por não conseguir comprar pastilha de Iodo para a tireóide. Bom, não rolou o tsunami, e a tal radiação até agora não matou ninguém. Eu agora me preocupo ao tossir, ou espirrar, ou coçar o nariz, porque se eu fizer isso aqui dentro de casa, Rosalind vem com uma dúzia de lenços umedecidos ordenando que eu use no mesmo instante. Do contrário, "os germes impregnarão na casa."

Bom, tudo bem. Menos de um mês e já vou me mudar pro Costa Verde, por 10 dias. Eita...em exatamente um mês, estarei concluíndo meu curso! AÊ!!! Mais uma etapa concluida, mais uma missão completa. Jajá eu começo a ficar nostálgico, com vontade de ficar. Lembram do primeiro post? Pois é, esse fenômeno acontece com todo mundo, e não vai ser diferente comigo, não. Vou ficar tão melancólico quando fiquei quando cheguei aqui, há 7 meses atrás.

É por isso que estou fotografando tudo! Porque eu quero guardar tudo. Ou quase tudo. San Diego é muito grande. Porém é uma cidade na qual vale a pena morar. Só o custo de vida que é salgado, mas nem tudo é perfeito em canto nenhum do mundo. Nem as fotos são perfeitas. Elas só tentam aperfeiçoar o momento, eternizando-o, daquele jeito, naquela forma. Sem tirar nem por. Estou feliz, pois vou poder guardar minhas loucuras em forma de imágens para sempre.

Xêro pra vcs! FUI.

Ouça enquanto lava louça:
Chico Science e Nação Zumbi - Etnia

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dez.



Vocês já perceberam o poder que um estalar de dedos tem? Não? Tenho certeza que sim. O seu bichinho sempre atende quando você o chama desse jeito (ou foge, né...feito o gato que mora aqui, que tem medo). Você o faz quando se lembra de alguma coisa importante, quando se marca o tempo numa musica, ou quando simplesmente se quer fazer barulho, por algum motivo. O indicador e o polegar juntos e...TAC.

Pois...ontem eu fiz isso. mas não foi por nenhuma das razões acima. Ontem eu estalei meus dedos porque eu vi que o tempo passou. Já postei aqui sobre tempo, né? Mas vou postar de novo. Não exatamente da mesma maneira. É que ontem aconteceu um feito que ninguém estava esperando que acontecesse. Uma coisa que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas de Nova Iorque, Washington, dentre outras cidades americanas. O que aconteceu é óbvio e eu não preciso citar.

Meu propósito aqui é mais uma vez falar sobre o tempo. Quase dez anos. Estalei meu dedo porque parece que foi ontem que eu tava no pátio da minha escola (finado Colégio Neo Planos) esperando pela minha carona, que iria me levar pra casa, quando chega Marília e vem dizendo "estão bombardeando Nova Iorque e, ao que tudo indica, vai começar a Terceira Guerra Mundial." Lembro até da minha reação na hora: HEIN???

Aí ontem, eu, na paz de meu quarto, estressado com os trabalhos e afazeres da faculdade (acho que as faculdades do mundo inteiro trabalham juntas para aterrorizar os alunos com atividades não difíceis, nem impossiveis, mas CHATAS. Ô chatice que são certos trabalhos, viu!) quando meu primo abre a janela do MSN dizendo: OSAMA MORREU!!!

Incrível. Dos 14 aos 24 anos, mil coisas me aconteceram: sorri, chorei, dormi, beijei, namorei, conheci, briguei, discuti, acordei, passei, reprovei, comemorei, gritei, dancei, parei, andei, corri, emagreci, engordei, emagreci, engordei, emagreci, engordei, engordei mais, emagreci, e engordei de novo. Em TODO esse hiato de nossas vidas, os Estados Unidos estavam caçando o maior inimigo de sua história. A caça terminou ontem. Osama Bin Laden foi morto com um tiro na cabeça, e o seu corpo foi tomado sob custódia do país.

Sabem por que eu estalei os dedos? Porque passou. Essas coisas me assustam de verdade. Dez anos. Tomados pelo tempo e levados pelo vento. Bilhões de dólares gastos em arsenal militar. E, ontem, eu pude ver que não importa o que aconteça, para onde a humanidade caminhe, se for a pé, de carro, de avião (desculpa, gente, não resisti...), de moto. Não importa: o tempo vai vir e fazer tudo evaporar. Osama evaporou. E, infelizmente, mais de 3.000 civis também evaporaram, no dia 11 de Setembro de 2001.

Tudo é passageiro. Até os terroristas. Hitler passou, Mussolini passou, Sadam passou, Stalin passou, Mao Tse Tung passou, Pinochet passou...o filho do Gadaffi também passou, e ele não vai demorar a passar também. Pessoas que fizeram um mal terrível pra humanidade. Gente ruim. Indivíduos cujos pensamentos, tão insanos, paranóicos e gigantescos, não cabiam só na mente delas mesmas e, infelizmente, saíram dessas mentes para as de outras pessoas loucas. 

O mesmo com o falecido de ontem a noite. Um louco, lunático, paranóico. Dizimador de vidas. Eu não tenho adjetivos suficientes pra falar dele. Nem quero ter. Detesto ter que celebrar a morte de alguém. Detesto a morte. Entretanto, tenho plena certeza que esse sujeito teve o que mereceu. Era questão de honra para os Estados Unidos (e para o mundo) caçá-lo e, bem...matá-lo. Odeio ter que admitir isso, mas era o que todos estavam esperando que acontecesse.

Aí está. Osama Bin Laden passou. Faz parte do passado, da história. O que se espera agora é que a serpente Al Qaeda, sem a sua cabeça, se desmantele de vez. E o tempo vai continuar passando, mais coisas irão acontecer, mais gente vai morrer, assim como mais gente vai nascer. Mais loucos vão surgir, mais caçadas serão iniciadas, e o pior: mais civis pagarão o pato.

Quanto a nós? Bom, eu sugiro que a gente continue vivendo. Não dá pra prever o futuro, nem adianta se culpar pelo passado. As pessoas que morreram no 11 de Setembro acordaram na certeza de que teriam mais um dia de trabalho. Não poderiam prever absolutamente nada. Não puderam sofrer por antecipação. Assim como nós, de hoje, também não podemos. Portanto, eu digo: acorde, tome seu banho, tome seu café e vá trabalhar sossegado, pois o futuro não lhe pertence.



Até logo.

Musiquinha tudo-a-ver:
Lula Queiroga - Ultimo Minuto