terça-feira, 21 de junho de 2011

Casa!

Eita p#rra!!! CHEGUEI EM CASA! Pense numa alegria, todo mundo me esperando, festa, Stella Artois, Crepe. Só coisa boa! Fiquei surpreso ao chegar no meu quarto e vê-lo todo arrumado, com lençóis novos, cortina nova, e um monte de coisa diferente. Não tem sensação melhor do que estar no lar da gente. Tudo parece perfeito, mágico, ímpar. Foi exatamente quando vi que estava em casa, não foi? Não, Sevandija, não foi.

Eu vi que havia chegado quando presenciei uma coisa que só se tem em Recife: TRÂNSITO. Tá, nem venham falar de São Paulo ou outras localidades de maior porte. Quem vive AQUI em Recife sabe que a cidade ganha disparado no quesito PIOR trânsito do mundo. Quem dirige pelas ruas da cidade conhece bem todos os lugares, os becos, os atalhos, as entranhas. O que acontece é que o MUNDO inteiro conhece as ruas do Recife. Resultado? Para onde quer que se vá, há um engarrafamento.

Engarrafamento me lembra engavetamento. E isso é outra coisa que vive tendo por aqui. Como as coisas em Recife só funcionam na base da ignorância, o motorista de trás jamais terá paciência suficiente para esperar o da frente andar. Esta é a única cidade onde, em ruas absurdamente estreitas, tem-se a necessidade de correr a 80Km/h. Mas de onde vem a necessidade? Pasme: de canto nenhum, em absoluto.

Criou-se a mania, a cultura, o ambiente da agonia. Eu assumo toda a culpa. Já me envolvi em alguns terríveis acidentes por excesso de velocidade. Paguei por isso. Ou melhor, quem pagou foi meu pai, o que, para minha índole e orgulho, foi pior. Mas não tive escolha, pois era apenas um estudante do ensino superior, sem poder aquisitivo suficiente para arcar com todos os prejuízos. Aceitei o amor imenso que minha família tem por mim e deixei que as coisas se resolvessem da melhor forma possível.

Pois é, amigos. Eu falei outro dia que minha cidade não era só maravilhas, né? Disse que falaria em outro post sobre as broncas que existem por aqui. E falo mesmo. Amo minha cidade, como bem já disse. E é exatamente por isso que explicito sobre os nossos problemas. O meu desejo é que a cidade cresça. Para crescer, é preciso corrigir. Tomei altas correções quando era mais novo, por que Recife também não pode tomar?

Fico pensando no que testemunhei por 9 meses nos Estados Unidos. Os nativos sempre me diziam: o povo aqui na California dirige muito loucamente! Hehehe...não conhecem Recife. Amigos, vou lhes contar como são os motoristas loucos da Califórnia: Eles dirigem a uma velocidade padrão; dão absoluta prioridade ao pedestre; param 100% onde se tem o sinal "stop" pintado nas ruas, mesmo que não tenha carro ou pessoas atravessando a rua; não se impacientam nos engarrafamentos, pois os mesmos não demoram mas que 20 minutos.

Tá. Uma foto não pode provar nada. Portanto, espero que vocês acreditem no que estou dizendo, pois não tenho testemunhas no momento :D O meu argumento é o seguinte: precisamos parar com esse orgulho idiota e aprender com quem sabe fazer de forma bem feita (ou pelo menos melhor do que nós). Caso contrário, ficaremos na mesma merda, reclamando dos mesmos problemas, como eu estou fazendo aqui neste Blog...

Mudando de assunto: começou a chover aqui. Fazia muito tempo que eu não sabia o que era estar em casa durante uma chuvinha boa dessas. Claro que choveu em San Diego. Mas não é a mesma coisa de uma chuva em Recife, dentro de casa, relaxando ao som de um Jazz delicioso (chega...). E detalhe: estou na varanda de meu apartamento, postando diretamente da minha mais nova aquisição: MacBook!

Pois é. Cheguei. Estou de volta. Mais uma vez enfrentando o trânsito da cidade, mais uma vez dormindo no meu quarto cheio de madeira e bagunçado. Outra vez junto de minha querida família, e ouvindo a voz deles enquanto eu cochilo numa tarde de domingo. De novo tendo que dar bronca em Ozzy por ter mijado na cortina, ou no sofá, ou no banheiro social, ou no pé da mesa, ou no pé de alguém (pasmem).

Entretanto, sinto-me diferente. Um novo homem. Alguém cuja experiência fora do Brasil valeu muito a pena. Mais do que desejada, posso dizer que ela era necessitada. Passar por tudo que passei no exterior me fez rever alguns valores. Não fui nenhum coitado, de forma alguma. Mas aqui dentro, na minha psique, certamente houve uma transformação. Algo dentro de mim finalmente saiu, tomou o seu devido lugar. E hoje (se não totalmente, parcialmente) sinto que posso respirar em paz.

Até outro dia.

P.S.: Ando atrasado com as postágens. Pretendo compensar o atraso com algumas extras. (ÊÊÊÊÊÊ...)


Musiquinha de balada:
LMFAO - Party Rock Anthem

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Atraso.



Ok. Desculpem. Prometi atualizações constantes aqui, mas essa semana passada eu realmente não toquei no blog. E por que eu não o fiz? Simples e sem desculpas: preguiça. Eu assumo toda a culpa, sou mesmo um preguiçoso. Vou me esforçar para mudar essa conduta :) palavra de blogueiro. Preguiça, entretanto, não foi o único motivo, embora tenha sido o principal.

Ultima semana em San Diego. Ultimos passeios, fotos, sorrisos, momentos. Ah, e também ultimos trabalhos e provas a fazer até próxima sexta. Não sei bem o que dizer de minha viagem. Muita coisa aconteceu durante esses 9 meses. Coisas boas e ruins, engraçadas e tristes, calmas e agitadas. Se eu for contar uma por uma, não vou terminar esse post nem tão cedo.

Mas posso dizer o que eu aprendi com essa experiência. E não foi pouca coisa. Sinto-me outra pessoa, mudado, maduro. Ainda tenho UM LONGO caminho pela frente e estou longe de ser alguém que sabe tudo na vida, mas eu dei um Upgrade excelente em minha saúde psicológica com tudo isso que vivi por aqui. Posso dizer que nunca mais serei o mesmo, em canto nenhum do mundo.

Fiz amigos? fiz sim. Muitos? não. Acho que ninguém faz muitos AMIGOS, pode formar uma turma, uma galera pra sair, se divertir, mas amigos é dificil. Esses são muito especiais. Nunca pensei que fosse estabelecer uma amizade forte aqui na américa do norte, mas isto aconteceu. E sou grato a Deus por isso. É bom quando você vê que não está sozinho, nem abandonado.

Kelly e Cynthia. Casal maravilhoso que conheci numa Igreja Batista daqui. Pessoas que me acolheram quando eu mais precisei, me trataram muito bem, conversaram comigo, se interessaram pela minha pessoa e quiseram estabelecer um vínculo comigo. Uma pena não estarei aqui para celebrar o casamento dos dois, mas com certeza estaremos sempre em contato, inclusive no dia do matrimônio.

Shoto. Japonês, gente muito boa. Conheci na faculdade, amigo de minha companheira de casa, também Japonesa, Chiaki. Super simpático, me ajudou com muita coisa, desde ir ao banco sacar dinheiro, a ir ao restaurante almoçar comida coreana, pagar algumas coisas e me dar carona pra um monte de lugar. Sempre sorrindo, sempre feliz. Arigato, meu amigo.

Moisés. Esse nem preciso falar nada. Só uma coisa o descreve: Limpeza. Moisés é totalmente limpeza. Sempre me ouvindo, disponibilizando o apartamento sem cobrar nada, ajudando sempre que preciso. Mineiro. Sotaque característico e gírias que eu desconhecia. Companheiro de festas e Night Clubs. Humilde, totalmente humilde. Alguém que vale a pena conhecer. Baum véi!

Cagla (Tchála). Simpatia descreve a natureza dela. Também bastante humilde. Adoro conversar com ela, por que ela nunca dispensa uma conversa. Quase não tem sotaque, fala muito bem inglês e emenda sempre um assunto atras do outro. Recentemente descobri que ela gosta de Jazz. Fiquei encantado, não poderia imaginar que ela, saindo com as Shallow Girls la da sala, pudesse ter um gosto musical tão refinado.

Ezel. Bebegim...AMIGA. Nunca vi alguém me dar tanta assistencia. Alguém que me deu todo o apoio que eu precisava. Super carinhosa, outra pessoa que emprestou seu tempo para me ajudar com compras, visitas a lugares maravilhosos de San Diego, e dividiu altas mesas de bar comigo e com a galera, sempre tomando uma boa Stella Artois e fumando seu Pall Mall (infelizmente né? Mas não sei porque, gosto de lembrar dela assim).

Enfim, amigos. Gente que me ajudou, que gosta de mim como eu sou. E como isso é importante. Sinto-me mais leve, como uma pena, porque encontrei pessoas que podem até ter seus julgamentos, mas conseguem vencê-los e, no lugar, colocam um sentimento muito mais nobre: o afeto. Simpatia, amizade, ternura, companheirismo, tudo isso os descrevem. Jamais me esquecerei de vocês.

Adeus, amigos. Alias, adeus p#rra nenhuma. See you later!

Massa demais:
Simply Red - It's Only Love