quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sonho.

Não. Eu não pretendo falar sobre metas de vida, ou quais são os meus objetivos para daqui a 15 anos. Também não vou dar uma de Augusto Cury e dizer para que você nunca desista de seus sonhos, porque seus ideais pertencem só a você, blablabla. Queria somente falar de um sonho que eu tive essa noite, aproveitando para tecer um texto sobre diversos outros que a gente tem quando dorme.

Bom, essa noite foi engraçada. Sonhei que era sonâmbulo. Sim, era um sonho. Eu não sou realmente sonâmbulo, com certeza! Senão minha mãe já me teria alertado disto. Dormindo, eu peguei a chave do carro, saí de casa e dirigi até o Morro da Conceição, em Casa Amarela. Lá, entrei na igreja local, e vi um imenso relógio, que funcionava à base de uns bambolês gigantes, que giravam em diagonal.

Sentei num desses bambolês e experimentei uma sensação muito boa, parecida com a que se sente quando anda no Salta Montes, do Mirabilândia. Eu subia e descia, freneticamente. Até ficar enganchado entre um bambolê e outro, e pedir por ajuda. Aí, ainda no sonho, eu acordava na minha cama, com todos olhando pra mim, com cara de reprovação, dizendo: você saiu por aí dormindo, que perigo!

Detalhe: o carro não voltou pra minha casa. Eu teria de voltar até o local para buscá-lo. Tinha medo de fazer isto, pois teria de encarar mais uma vez o pessoal da tal igreja lá do morro. Sabe quando você bebe, faz m#rda na frente de certas pessoas e morre de vergonha depois? Era assim que estava me sentindo, ainda sonhando. Para meu alívio, acordei de verdade e vi que não passara de um sonho.

Esquisito, né? Eu sei. Mas existe sonho normal? Eu acho que não. Se o leitor fizer uma auto-análise, verá que a maioria dos sonhos que teve são tão estranhos que dão até vergonha de contar. Quem contaria que sonhou com seu pai subindo numa árvore, e que chegando no topo se transformaria no Selton Mello? Ou quem ousaria dizer que sonhou com uma coisa muito erótica e acordou todo melado?




Gosto de sonhar. Sonhar é bom. Faz com que minha mente se conheça mais. Dizem que 1 hora num sonho equivalem a 5 minutos aqui na realidade. É uma pena que não tenhamos tanto controle sobre eles. Meu maior sonho seria ter controle absoluto sobre meus sonhos. Já imaginou as sensações indescritíveis que sentiríamos? Saber que, sonhando, você comandaria tudo, me deixa com frio na barriga.

Certa vez eu consegui fazer algo semelhante. Nunca me senti tão bem. É muito legal. No sonho, eu conseguia mover as coisas só com a força da minha mente. Quando eu queria pegar algo, era só esticar o braço e o objeto vinha até mim, exatamente como fazem os Jedis, em Star Wars. O leitor pode imaginar o tamanho da minha decepção quando acordei e vi que não tinha poder de p#rra nenhuma.

Gosto daqueles sonhos psicodélicos, sem pé nem cabeça. Coisa doida mesmo, sabe? Acho fantástico o que a mente é capaz de produzir, e não é pouco. Temos uma máquina poderosa que guarda muitos segredos, dos quais muitos são revelados nesses momentos. Eu gosto de comparar o cérebro a um imenso e complicado labirinto que, de tão emaranhado e difícil, as idéias se perdem dentro dele.

São essas mesmas idéias que vêm à tona quando sonhamos. Coisas que a mente guarda no seu íntimo, tão dentro que não temos conhecimento consciente delas. Aí vem a hora de dormir, e começamos a explorar a cabeça em busca de coisas variadas. E o inconsciente nos toma pelas mãos para vagar pelo labirinto e descobrir as maluquices arquivadas dentro de nós.

Convenhamos que, de perto, ninguém é normal. Não existe ninguém normal. O que existe são pessoas que querem se adequar ao senso comum e pessoas que não o querem. Gente que obedece o super-ego e gente que não o faz. Dentro do sonho, no entanto, somos todos doidos. Todos somos sem noção, malucos, desprovidos de qualquer censura intelectual. É curioso: daí surgem as melhores idéias.

Tô com sono. Vou ali produzir. =)


Feche os olhos e sinta.
Pink Floyd - Good Bye Blue Sky.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Paixão.

Ah, a paixão! Esse sentimento tão verdadeiro, poderoso e, às vezes, perigoso. Tanta gente sente, e tanta gente deixa de sentir. Fogo de palha. Responsável, porém, pela primeira atração, pela chama inicial, pelo start do que pode vir a ser uma bela história de amor. A paixão em si não mantém relacionamento nenhum, mas é uma das partes mais gostosas de um. Ou não é?

Meu fim de semana teve tudo a ver com o tema. Estive em Fazenda Nova, muito bem acompanhado de minha namorada linda, desfrutando da belíssima paisagem local. Ficamos na Pousada da Paixão, que se encontra dentro do Teatro de Nova Jerusalem, onde é encenada a Paixão de Cristo. Não tenho palavras para descrever a beleza daquele lugar.

Tudo limpo, arrumado, organizado. Lugar gigantesco. Já havia ido ali outras vezes - no mínimo 5 - mas foi a primeira vez que vi o espaço completamente vazio. Ninguém ali. Só nós dois e os cenários. Incrível! Tivemos meia hora para rodar por todo o teatro, visto que era esse o tempo de duração do aluguel das bicicletas disponíveis. Foi o suficiente.

Vou tentar descrever o jantar. Temático. Como o próprio nome já diz, tivemos direito a vestimentas romanas e refeição no cenário da Santa Ceia! Bem, não era o verdadeiro cenário, na verdade, mas era tão perfeito quanto o original. Este que estávamos foi especialmente projetado para os jantares. Haviam mais mesas e uma bandeja para se servir, na parte de trás do palco.

Foi uma experiência única. Sobretudo por estar ao lado de quem se gosta! Sem ela, não seria a mesma coisa. Estou começando a gostar da brincadeira. Viajar é bom, é muito bom. É uma fuga, digo, folga da realidade. Tem-se um espaço no tempo só para você(s). Recomendo fortemente a quem quiser descansar dos problemas: viaje. Conheça outros lugares ou retorne aos que você já conhece.


Trono de Pôncio Pilatos


Mas o termo Paixão, assim como todos os outros termos da língua portuguesa - é, eu sei, descobri o mundo agora - tem uma origem etimológica. Vem do latim passionis, que quer dizer passividade, sofrimento. E eu fiquei a refletir no significado dessa palavra, durante quase toda a viagem. Afinal, olhando para aquelas belezas, não tem como não lembrar do espetáculo.

E a peça mostra justamente a Paixão de Cristo. O sofrimento pelo qual ele passou em prol de uma causa que muita gente julga vã. Não, eu não vou dar uma de crente chato e tentar lhe converter. A proposta desse espaço não é essa. Mas eu gosto de refletir e externar aqui tudo aquilo que me incomoda. E essa questão do cristianismo é uma dessas coisas.

Sou cristão. Não por ninguém ter me forçado, ou por medo do inferno. Do inferno eu sempre tive medo. Mas eu não acho que seja isso o que me fez cristão. Também não o sou por ser santinho. Hehehe, eu não sou nada santo. Pelo contrário, quem mais peca tá aqui. Mas eu devo ter me tornado um por ter aprendido a conhecer melhor o homem que, por amor à humanidade, deu a própria carne à dilaceração.

Sofreu, e sofreu muito. Apanhou, ficou cheio de hematomas, foi humilhado, exposto à vergonha. Riram dele, seus amigos o traíram, todo mundo se afastou. Tudo isso lhe aconteceu, por um motivo: ele veio ensinar. O maior professor de todos os tempos foi morto por ensinar o Amor às pessoas. Sofreu a Paixão, por paixão à sua criação.

É por isso que eu admiro tanto a pessoa de Jesus Cristo. Não estou aqui pra discutir se ele é Deus ou não, se é O cara ou não. Cada um tem a sua crença. Eu já tenho a minha. Em minha cabeça, só uma coisa me intriga: se somos todos seres humanos, e se este homem suportou tudo isso, calado, resignado e pedindo à Deus que perdoassem os seus próprios assassinos, então, no mínimo, havia alguma coisa diferente nele.

Até mais ver.


Para NOOOOOOOOOOOOOOOOSSA Alegriaaa!
Catedral - Galhos Secos

terça-feira, 10 de abril de 2012

Convalescente.

É um saco ficar doente. Ficar doente em feriado, então, nem se fala. Logo na páscoa? Puxa, bem que a natureza poderia ter esperado mais um pouco, né? Mas não teve jeito. Tanta comida, bebida e chocolate tinha que resultar em algo ruim. E foi nisso mesmo que deu. Não, engano meu. Não deu em nada ruim. Deu em algo péssimo, terrível, absurdo.

Páscoa ruim, essa que eu tive. Minto de novo, nenhuma páscoa é ruim, pelo que ela realmente significa. Mas, neste caso particular, estou me referindo ao período recente, neste ano de 2012. Passei muito mal. Tive dor de estômago, infecção intestinal, diarréia, vômito, e outras nojeiras. Além de febre, frio e dor de cabeça. Para não citar dores em outras partes do corpo, como pernas e braços.

Suspeitou-se de dengue. Mas já tivemos casos de dengue em minha casa, e saberíamos identificar se realmente fosse. Mas não era. Foi castigo, mesmo. Um bom corretivo para minha pessoa aprender que a glutonaria não leva a nada. Ou você acha que camarão ao alho e óleo, carne de cordeiro, carne bovina, lingüiça toscana de porco e frango, carne de frango, cerveja e chocolate, quando misturados, fazem bem?

Não fazem. Pelo menos não me fizeram. Me arrearam, isso sim. Fiquei o domingo e a segunda inteiros de cama. Sem nada fazer, sem produzir, sem pensar, sem planejar. Ainda estou mal. Sobrou, como lembrança, gases provenientes da diarréia que tive. Ainda preciso dar fim ao que restou. É, é nojento sim. O que é que tem? Estou sem paciência...

Nem sei de onde arranjei forças para postar hoje. Mas eu já sabia que estava endividado pelo fato de não ter postado nem quinta, nem ontem. O de ontem, no caso, faço ser o de hoje. Mas o de quinta, realmente não o fiz de propósito. Feriado, né? A preguiça ganhou de novo. Eita, preguicite que não me deixa em paz. Não se dá por vencida nunca. Preciso ficar provando a ela que eu sou maior, sempre.


Meu ídolo.


Alguém me dá idéia? Preciso escrever sobre alguma coisa. Não posso deixar minha escrita morrer. Não queria ficar aqui somente tecendo sobre o meu mal-estar. Doente todo mundo fica. Quero mesmo é ficar bem! Tem gente que inventa que tá doente para não trabalhar, para não estudar, para não fazer nada. Se ao menos lembrassem como é ruim ficar REALMENTE doente. Nossa, é péssimo!

Dor de cabeça, febre, dor no corpo, fastio, diarréia, sensação de aperto no estômago, ânsia de vômito, vômito propriamente dito, tontura, moleza extrema. Consegue imaginar? Não, né? A gente não pensa muito na dor. Só sentimos o poder dela quando a danada está de fato alojada em nosso corpo. É insuportável, um terror. Não se faz nada, a não ser lamentar e dar trabalho aos outros.

Prefiro mil vezes estar bem, sadio, com saúde para dar e vender, e ir trabalhar, produzir, fazer alguma coisa. Dá preguiça, sim. É um saco ir pro trabalho. Mas o resultado final disso é gratificante. A alegria de ver que o seu projeto está completo e fora do papel é melhor do que qualquer desculpa esfarrapada. Salvo quando se está doente de verdade, o melhor a se fazer é levantar e deixar de ser mole.

Moleza. Quem disse que isso é coisa boa? Não é, Amigo(a)s. Ela é armadilha, é tropeço. Faz com que você despreze o difícil, o desafiador, aquilo que ninguém deseja chegar perto, por algum tipo de receio. Sempre que vejo alguém fazendo algo que é "moleza", fico com um nó na garganta. Não quero moleza, porque não quero ser mais um com medo da vida.

A vida dá oportunidades para todos. Basta olhar à sua volta e verá. Peraí, quem diabos sou eu para falar em oportunidade, ou no que a vida me dá? Ninguém. Sou um cara normal. Alguém, no entanto, que sabe aproveitar oportunidades muito pequenas, como este blog, por exemplo, na fé de que são estas que estarão construindo o alicerce para as maiores, no futuro.

Acabou.


De cama:
Disturbed - Down With The Sickness

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Intolerância.


Extraído do blog Os três macacos.


Essa semana, protagonizei um episódio parecido com esse. Infelizmente, eu fui o da esquerda. Mas não fui de todo mal intencionado. Quis apenas brincar, fazer uma piada. Dessas que você não pode perder da ponta da língua, quando o teor criativo é demasiado alto. Infelizmente, cutuquei onça com vara curta. Vara? Fui generoso. Cutuquei o animal com um lápis apontado até o final.

Lá vou eu, face-addicted como sou (e como boa parte da população mundial também é), compartilhar uma imagem engraçada e, ao mesmo tempo, crítica, a respeito da prática religiosa de uma das (des)igrejas mais famosas do país. Não fosse a Universal estampando a frente da piada, talvez não fizesse menção de postá-la. Mas não resisti. Compartilhei, seguindo de um "Faz sentido, né?", o que se segue:




F#deu! Meu post, que era pra ser um simples expressar de opinião, virou fórum. A crentalhada, da qual eu faço parte desde 1998, veio em peso me acusar de zombaria. Um deles, do qual não há qualquer necessidade de dizer o nome, veio se expressar em particular, através do bate-papo, dizendo o seguinte: "Você sabe o que fez! De Deus não se zomba, e Ele não vai tomá-lo por inocente!"

Afora com os jargões de igreja, ojerizantes por si só (detesto jargões de qualquer tipo, em qualquer área do conhecimento, quando usados em demasia), queria ressaltar apenas uma coisa que me foi ensinada, ainda nos meus anos infantes: Só Deus pode me julgar. Quem me ensinou isso? A igreja. No entanto, quem fez julgamento de minha pessoa, decorrente desse episódio? Pasme: a igreja.

Eu quis ser vítima? De jeito nenhum. No começo deste texto, assumi a culpa pela generalização contida na piada. Não são as igrejas evangélicas que vivem falando no diabo. Igrejas evangélicas vivem para pregar o Evangelho de Jesus Cristo, no qual eu acredito, apesar de ser o parasita de m#rda que eu sou. Quanto ao resto, chamo-as DESigrejas, porque desfazem o trabalho que Cristo introduziu.

Quis causar impacto. Ele foi maior do que eu imaginava. Fiquei, confesso, temeroso. Não quis mexer em vespeiro, tampouco blasfemar contra nada. Quis somente ilustrar uma problemática que é REAL e diária em muitos ambientes ditos cristãos. Pastores enganando fiéis; dinheiro à vontade, oriundo da ludibriação do público que, iludido, tem medo do satanás e paga o que for pra se livrar de qualquer encosto.

Fui intolerante. E, como troco, colhi intolerância. Generalizei, e colhi julgamento. Onde está o erro? Dos dois lados. Mas penso cá com meus botões: se o facebook é livre, e grátis, e se religião, política e futebol são coisas que não se discutem, por que então são estes os assuntos mais postados naquela rede social? Por que não falamos de qualquer outra coisa, como "Para nossa alegria" ou coisa parecida?

Por que nós GOSTAMOS de ver o circo pegando fogo. Queremos briga, queremos argumentar, queremos estar certos! Nosso ego infla quando a gente pega uma briga, usa argumentos, ainda mais se o mesmo for de teor religioso/filosófico. Jesus disse "Ide e pregai." A igreja entendeu "Ide e impõe." De igual modo, os que são contra os taxam de loucos, alienados. Hipocrisia. Onde está o respeito?




Eu não vou terminar esse texto dizendo o que todo mundo diz. Não vou pedir para que você seja menos hipócrita, mais verdadeiro, mais honesto, menos mentiroso, nem vou apelar para a emoção ao clamar por um mundo melhor. O mundo é uma m#rda, e sempre será. Atitudes como a ilustrada acima, de acordo com o Deus que eu creio, são assassinato. Literalmente, mata-se a pessoa, com uma arma tenaz: a língua.

Termino, ao invés, dizendo o seguinte: talvez eu continue a generalizar, vez ou outra. Vou errar muito ainda. Você também vai errar. Todo mundo vai errar. Para o erro, porém, e principalmente para o orgulho, há uma palavra que, quando dita, leva o peso do mundo inteiro: desculpa. Estou aqui pedindo as minhas sinceras desculpas. Sugiro que, humildemente, você peça as suas também.

Até quinta.


Pra quebrar a expressão sisuda:
Coisas que gostaríamos de dizer - Peido no elevador.