segunda-feira, 16 de abril de 2012

Paixão.

Ah, a paixão! Esse sentimento tão verdadeiro, poderoso e, às vezes, perigoso. Tanta gente sente, e tanta gente deixa de sentir. Fogo de palha. Responsável, porém, pela primeira atração, pela chama inicial, pelo start do que pode vir a ser uma bela história de amor. A paixão em si não mantém relacionamento nenhum, mas é uma das partes mais gostosas de um. Ou não é?

Meu fim de semana teve tudo a ver com o tema. Estive em Fazenda Nova, muito bem acompanhado de minha namorada linda, desfrutando da belíssima paisagem local. Ficamos na Pousada da Paixão, que se encontra dentro do Teatro de Nova Jerusalem, onde é encenada a Paixão de Cristo. Não tenho palavras para descrever a beleza daquele lugar.

Tudo limpo, arrumado, organizado. Lugar gigantesco. Já havia ido ali outras vezes - no mínimo 5 - mas foi a primeira vez que vi o espaço completamente vazio. Ninguém ali. Só nós dois e os cenários. Incrível! Tivemos meia hora para rodar por todo o teatro, visto que era esse o tempo de duração do aluguel das bicicletas disponíveis. Foi o suficiente.

Vou tentar descrever o jantar. Temático. Como o próprio nome já diz, tivemos direito a vestimentas romanas e refeição no cenário da Santa Ceia! Bem, não era o verdadeiro cenário, na verdade, mas era tão perfeito quanto o original. Este que estávamos foi especialmente projetado para os jantares. Haviam mais mesas e uma bandeja para se servir, na parte de trás do palco.

Foi uma experiência única. Sobretudo por estar ao lado de quem se gosta! Sem ela, não seria a mesma coisa. Estou começando a gostar da brincadeira. Viajar é bom, é muito bom. É uma fuga, digo, folga da realidade. Tem-se um espaço no tempo só para você(s). Recomendo fortemente a quem quiser descansar dos problemas: viaje. Conheça outros lugares ou retorne aos que você já conhece.


Trono de Pôncio Pilatos


Mas o termo Paixão, assim como todos os outros termos da língua portuguesa - é, eu sei, descobri o mundo agora - tem uma origem etimológica. Vem do latim passionis, que quer dizer passividade, sofrimento. E eu fiquei a refletir no significado dessa palavra, durante quase toda a viagem. Afinal, olhando para aquelas belezas, não tem como não lembrar do espetáculo.

E a peça mostra justamente a Paixão de Cristo. O sofrimento pelo qual ele passou em prol de uma causa que muita gente julga vã. Não, eu não vou dar uma de crente chato e tentar lhe converter. A proposta desse espaço não é essa. Mas eu gosto de refletir e externar aqui tudo aquilo que me incomoda. E essa questão do cristianismo é uma dessas coisas.

Sou cristão. Não por ninguém ter me forçado, ou por medo do inferno. Do inferno eu sempre tive medo. Mas eu não acho que seja isso o que me fez cristão. Também não o sou por ser santinho. Hehehe, eu não sou nada santo. Pelo contrário, quem mais peca tá aqui. Mas eu devo ter me tornado um por ter aprendido a conhecer melhor o homem que, por amor à humanidade, deu a própria carne à dilaceração.

Sofreu, e sofreu muito. Apanhou, ficou cheio de hematomas, foi humilhado, exposto à vergonha. Riram dele, seus amigos o traíram, todo mundo se afastou. Tudo isso lhe aconteceu, por um motivo: ele veio ensinar. O maior professor de todos os tempos foi morto por ensinar o Amor às pessoas. Sofreu a Paixão, por paixão à sua criação.

É por isso que eu admiro tanto a pessoa de Jesus Cristo. Não estou aqui pra discutir se ele é Deus ou não, se é O cara ou não. Cada um tem a sua crença. Eu já tenho a minha. Em minha cabeça, só uma coisa me intriga: se somos todos seres humanos, e se este homem suportou tudo isso, calado, resignado e pedindo à Deus que perdoassem os seus próprios assassinos, então, no mínimo, havia alguma coisa diferente nele.

Até mais ver.


Para NOOOOOOOOOOOOOOOOSSA Alegriaaa!
Catedral - Galhos Secos

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