terça-feira, 10 de maio de 2011

Captei.



O melhor é a cara do mané olhando os dois subindo.


Cadê as idéias? Já era hora de elas começarem a aparecer. Dizem que o pesadelo de qualquer escritor (ou, no pior dos casos, blogueiros) é uma folha em branco. Aí eu me deparo com uma página inteira em branco. É como se ela olhasse pra você dizendo "ótimo, agora se vira aí e escreve alguma coisa, que eu estou com fome de palavras." Calma, já estou começando. Já entrei rasgando, tá vendo aí? :D

Há algum tempo atrás, minha irmã postou no blog dela sobre fotografia. Eu confesso que nunca soube fotografar direito, não. Pra mim, foto consistia basicamente em focalizar alguma coisa e guardar a imagem daquilo e pronto. Eu era assim objetivo com a maioria das coisas. Chegava a ser chato. A galera observava mil coisas num quadro, numa dessas exposições que se tem em museus, galerias de arte, etc. Eu via simplesmente um apanhado de cores numa tela branca, que seja...

Aí eu fui ler o post de Fernanda. E ela começa a desenrolar uma conversa profunda sobre a arte de fotografar. Tudo bem, Nanda. Eu vou te dizer uma coisa: eu não entendia tua língua. Achava fotografia até legal, gente que trabalha com isso, e tal, acho massa, mas eu não via esse barato todo de foto, pra mim era uma coisa normal que sempre existiu pra guardar as coisas na memória. Mal sabia eu que é esse exatamente o barato de se bater fotos. Foi quando eu prestei atenção na foto do menino deitado na rua.

Comprei uma câmera pra mim, essa semana que passou. Nada profissional, daquelas de turista mesmo. Ótima, porém. Deu a doida em mim e eu comecei a tirar foto. De tudo. Das coisas aqui do quarto, principalmente. Pensei comigo mesmo: se as imagens eternizam a sua experiência seja lá onde for, então eu vou guardar tudo que vivi aqui e levar comigo, pra sempre. Acham que eu tô brincando? Pois olha só:








Essas fotos aí eu tirei aqui dentro do meu cafôfo. Essas visões são as que eu tenho todos os dias quando levanto da cama e quando vou dormir. A bagunça na cama eu já arrumei :) mas ela não fica arrumada por muito tempo, não. em 5 minutos volta tudo como tava antes. Mas eu tava falando de foto, né? Bom, como eu estava dizendo, saí tirando foto das coisas. Isso mesmo: COISAS. Eu gosto das coisas, elas nunca reclamam, nem tem vergonha de aparecer para a lente, ao contrário das pessoas.

O que eu gosto (e acredito) na fotografia é algo que tem no filme Ratatouille. O filme diz que qualquer um pode cozinhar. Pois bem, eu acredito que qualquer um pode fotografar. São momentos que você tem o direito de guardar da maneira como você quer. Não é o caso quando se trabalha profissionalmente, onde é preciso fazer a vontade do cliente. Mas fora isso, você é quem determina a qualidade de suas fotos. Eu tiro foto de qualquer coisa. É divertido, vocês deveriam tentar também. :D

Fiz também alguns vídeos. Até agora, quatro. Aqui nos Estados Unidos, o povo é meio paranóico com essa de filmar, fotografar e afins. Fico com vontade de gravar dentro dos supermercados, mas não posso. Segurança? É, deve ser. Talvez seja bom isso, não sei. O país é desenvolvido, né? Não deve ser a tôa que proíbem essas coisas por aqui. Por outro lado, ficou todo mundo meio paranóico depois dos ataques de 10 anos atrás. 

Recentemente, por causa do terremoto no Japão, tiveram dois alertas por aqui: o primeiro seria de tsunami na Califórnia: conversa. O segundo foi de radiação oriunda da explosão da planta nuclear de Fukushima: outra conversa. Por aqui, o povo ficou maluco. Houve quem chorasse por não conseguir comprar pastilha de Iodo para a tireóide. Bom, não rolou o tsunami, e a tal radiação até agora não matou ninguém. Eu agora me preocupo ao tossir, ou espirrar, ou coçar o nariz, porque se eu fizer isso aqui dentro de casa, Rosalind vem com uma dúzia de lenços umedecidos ordenando que eu use no mesmo instante. Do contrário, "os germes impregnarão na casa."

Bom, tudo bem. Menos de um mês e já vou me mudar pro Costa Verde, por 10 dias. Eita...em exatamente um mês, estarei concluíndo meu curso! AÊ!!! Mais uma etapa concluida, mais uma missão completa. Jajá eu começo a ficar nostálgico, com vontade de ficar. Lembram do primeiro post? Pois é, esse fenômeno acontece com todo mundo, e não vai ser diferente comigo, não. Vou ficar tão melancólico quando fiquei quando cheguei aqui, há 7 meses atrás.

É por isso que estou fotografando tudo! Porque eu quero guardar tudo. Ou quase tudo. San Diego é muito grande. Porém é uma cidade na qual vale a pena morar. Só o custo de vida que é salgado, mas nem tudo é perfeito em canto nenhum do mundo. Nem as fotos são perfeitas. Elas só tentam aperfeiçoar o momento, eternizando-o, daquele jeito, naquela forma. Sem tirar nem por. Estou feliz, pois vou poder guardar minhas loucuras em forma de imágens para sempre.

Xêro pra vcs! FUI.

Ouça enquanto lava louça:
Chico Science e Nação Zumbi - Etnia

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