terça-feira, 3 de maio de 2011

Dez.



Vocês já perceberam o poder que um estalar de dedos tem? Não? Tenho certeza que sim. O seu bichinho sempre atende quando você o chama desse jeito (ou foge, né...feito o gato que mora aqui, que tem medo). Você o faz quando se lembra de alguma coisa importante, quando se marca o tempo numa musica, ou quando simplesmente se quer fazer barulho, por algum motivo. O indicador e o polegar juntos e...TAC.

Pois...ontem eu fiz isso. mas não foi por nenhuma das razões acima. Ontem eu estalei meus dedos porque eu vi que o tempo passou. Já postei aqui sobre tempo, né? Mas vou postar de novo. Não exatamente da mesma maneira. É que ontem aconteceu um feito que ninguém estava esperando que acontecesse. Uma coisa que levou dezenas de milhares de pessoas às ruas de Nova Iorque, Washington, dentre outras cidades americanas. O que aconteceu é óbvio e eu não preciso citar.

Meu propósito aqui é mais uma vez falar sobre o tempo. Quase dez anos. Estalei meu dedo porque parece que foi ontem que eu tava no pátio da minha escola (finado Colégio Neo Planos) esperando pela minha carona, que iria me levar pra casa, quando chega Marília e vem dizendo "estão bombardeando Nova Iorque e, ao que tudo indica, vai começar a Terceira Guerra Mundial." Lembro até da minha reação na hora: HEIN???

Aí ontem, eu, na paz de meu quarto, estressado com os trabalhos e afazeres da faculdade (acho que as faculdades do mundo inteiro trabalham juntas para aterrorizar os alunos com atividades não difíceis, nem impossiveis, mas CHATAS. Ô chatice que são certos trabalhos, viu!) quando meu primo abre a janela do MSN dizendo: OSAMA MORREU!!!

Incrível. Dos 14 aos 24 anos, mil coisas me aconteceram: sorri, chorei, dormi, beijei, namorei, conheci, briguei, discuti, acordei, passei, reprovei, comemorei, gritei, dancei, parei, andei, corri, emagreci, engordei, emagreci, engordei, emagreci, engordei, engordei mais, emagreci, e engordei de novo. Em TODO esse hiato de nossas vidas, os Estados Unidos estavam caçando o maior inimigo de sua história. A caça terminou ontem. Osama Bin Laden foi morto com um tiro na cabeça, e o seu corpo foi tomado sob custódia do país.

Sabem por que eu estalei os dedos? Porque passou. Essas coisas me assustam de verdade. Dez anos. Tomados pelo tempo e levados pelo vento. Bilhões de dólares gastos em arsenal militar. E, ontem, eu pude ver que não importa o que aconteça, para onde a humanidade caminhe, se for a pé, de carro, de avião (desculpa, gente, não resisti...), de moto. Não importa: o tempo vai vir e fazer tudo evaporar. Osama evaporou. E, infelizmente, mais de 3.000 civis também evaporaram, no dia 11 de Setembro de 2001.

Tudo é passageiro. Até os terroristas. Hitler passou, Mussolini passou, Sadam passou, Stalin passou, Mao Tse Tung passou, Pinochet passou...o filho do Gadaffi também passou, e ele não vai demorar a passar também. Pessoas que fizeram um mal terrível pra humanidade. Gente ruim. Indivíduos cujos pensamentos, tão insanos, paranóicos e gigantescos, não cabiam só na mente delas mesmas e, infelizmente, saíram dessas mentes para as de outras pessoas loucas. 

O mesmo com o falecido de ontem a noite. Um louco, lunático, paranóico. Dizimador de vidas. Eu não tenho adjetivos suficientes pra falar dele. Nem quero ter. Detesto ter que celebrar a morte de alguém. Detesto a morte. Entretanto, tenho plena certeza que esse sujeito teve o que mereceu. Era questão de honra para os Estados Unidos (e para o mundo) caçá-lo e, bem...matá-lo. Odeio ter que admitir isso, mas era o que todos estavam esperando que acontecesse.

Aí está. Osama Bin Laden passou. Faz parte do passado, da história. O que se espera agora é que a serpente Al Qaeda, sem a sua cabeça, se desmantele de vez. E o tempo vai continuar passando, mais coisas irão acontecer, mais gente vai morrer, assim como mais gente vai nascer. Mais loucos vão surgir, mais caçadas serão iniciadas, e o pior: mais civis pagarão o pato.

Quanto a nós? Bom, eu sugiro que a gente continue vivendo. Não dá pra prever o futuro, nem adianta se culpar pelo passado. As pessoas que morreram no 11 de Setembro acordaram na certeza de que teriam mais um dia de trabalho. Não poderiam prever absolutamente nada. Não puderam sofrer por antecipação. Assim como nós, de hoje, também não podemos. Portanto, eu digo: acorde, tome seu banho, tome seu café e vá trabalhar sossegado, pois o futuro não lhe pertence.



Até logo.

Musiquinha tudo-a-ver:
Lula Queiroga - Ultimo Minuto

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